Uma reflexão sobre o amor que já passou é o que você encontrará nesse pequeno conto. Nele, o personagem relembra dele e da pessoa amada juntos.


Uma reflexão sobre o amor que já passou é o que você encontrará nesse pequeno conto. Nele, o personagem se encontra relembrando as expectativas que ele e a pessoa amada tinham e o que poderiam ter feito de diferente.


Conto de amor (a paz que queima)


Como uma empada de palmito e vem-me a cabeça todos aqueles dias que estivemos juntos. Penso que tudo poderia ter sido mais: mais intenso, verdadeiro, mais sem medo, talvez. Não que tenha sido ruim, longe disso. Foram realmente momentos maravilhosos.

Mas perdemos tempo demais tentando teorizar os sentimentos. Era carência, amor ou vazio contemporâneo? Não importava saber. Era AQUILO e AQUILO bastava. 

E essa é minha única queixa para você, para nós. 

Enquanto tudo se desenrolava em trilhos suaves insistíamos em teorizar. E o que tinha potencial para ser ainda mais, virou menos, menor, insignificante. Ignoramos AQUILO e todo potencial DAQUILO.

Quando você e eu descobrimos nosso melhor lado ficamos nos fazendo perguntas inúteis.


E a paz, aquela paz, a tal paz que falávamos tanto enquanto comíamos nessa mesma mesa, essa mesma empada de palmito, com pimenta e azeite, estava lá o tempo todo.


E aqui você sabe que não falo de uma paz qualquer. Não buscávamos a paz de um domingo tedioso ou de uma cidade vazia. Não buscávamos a paz pintada de branco. Era a uma paz laranja que nos encantava, como aquela poesia suja com os termos mais absurdos.

Uma paz humana e não divina. 

Não a paz de se compartilhar um guarda-chuva em dia de temporal, e sim a paz de nos molharmos todo, correndo entre os carros, gritando e nos beijando nas marquises, sem nos importar se você estava de blusa branca e sem sutiã e que seus mamilos ficariam expostos. 

Sem nos importa que meu sapato novo ficaria cheio de lama e com cheiro ruim da água empoçada.

Iríamos para casa e tomaríamos juntos banho quente e treparíamos cantando palavrões. E gozaríamos caindo na gargalhada.


Nossa paz não era a paz do Papa, das igrejas, dos remédios tarja-preta.


Era a paz de um pulo duplo de asa-delta à noite, contornando os Dois Irmãos, o Hotel Marina, vendo o Arpoador de cima e toda imensidão desconcertante do mar perdida no breu da noite. Nossa paz era vermelha feito fogo e nos queimava o peito de felicidade...


Vejo alguns pombos sujos nos tetos dos sobrados
Penso em ligar para você
Mas não o faço
.



O que achou do conto de amor?

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Desejamos portanto, que todos se inspirem a colocar no papel os sentimentos, os momentos, as sensações, as verdades, as alegrias, tristezas, a paixão, o carinho, a admiração, o amor, a gratidão, felicidade, para que a gente possa, acima de tudo, dar importância, cada vez maior, as pequenas sensações e pensamentos do cotidiano e aos nossos sentimentos mais íntimos.


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